A comunidade é orgânica e tem sua vida e seu ciclo natural cotidiano. Muitas pessoas interagem o tempo todo, nos bares, nas ruas, nas festas, no trabalho que faz movimentar o território. Mesmo assim, por apenas serem comunidades, há sempre um processo de estigmatização como se o tráfico ou a violência predominasse no espaço, quando é justamente o contrário. Toda essa movimentação que foi falada precisa ser divulgada, pessoas precisam terem suas vozes ecoadas, as ações que ocorrem nos bairros necessitam ser visibilizados, para isso surge a comunicação popular e comunitária, dando vez e voz as pessoas, contribuindo na organização de coletivos, para minimizar os impactos nos territórios devido a não presença do estado. É a partir da comunicação que os problemas que são individuais e coletivos são expostos para serem tratados e cuidados. Uma agressão policial, infringir direitos humanos, uma rua onde não há esgotamento sanitário, uma fragilidade específica ou macro, são nesses casos que estratégias comunicativas ecoam nosso direito de fala e mitigam as dores, articulando pessoas, mobilizando atores e atrizes e intervindo no sofrimento social.